Daciano da Costa

Designer

Daciano da Costa foi um dos mais destacados designers portugueses. Recusava para si o título de "papa" do design, mas era assim que era visto pelos seus colegas de várias gerações.

Design Português

São dele o design de interiores e equipamentos de espaços tão emblemáticos como a Biblioteca Nacional, a Fundação Calouste Gulbenkian, o Teatro Villaret, o Casino do Estoril, o Centro Cultural de Belém ou mesmo a recente Casa da Música. É dele algum do primeiro design português feito em série, tal como o mobiliário metálico para escritório produzido na Metalúrgica da Longra nos anos 60. "É dos primeiros designers a serem convidados para trabalhar numa fábrica e a fazê-lo com a metodologia de um projecto de design, a trabalhar muito directamente para aquela fábrica e aqueles recursos. E fá-lo com enorme sucesso, inédito até aí.", diz João Paulo Martins, que foi comissário da exposição Daciano da Costa Designer, organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian em 2001. Essa colaboração com a Longra, iniciada em 1961, havia de durar mais de 30 anos, sublinha João Paulo Martins, numa das mais produtivas relações da indústria nacional com o design - "a linha Cortez entrou no imaginário do espaço de trabalho português".

O seu mobiliário de escritório tornou-se um clássico contemporâneo. Criou ambientes nos espaços interiores da Biblioteca Nacional e no «palácio» da Gulbenkian. A sua obra integra arquitectura de interiores, design de mobiliário, industrial, de exposições e gráfico, para além de cenografia e figurinos.

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"Efémero e teatral"

"A representação é-nos intrínseca. Talvez tenha um pouco o sentido teatral das coisas. Não posso deixar de observar os movimentos das pessoas no espaço. Até porque a arquitectura é para as pessoas viverem. Como os objectos são para as pessoas usarem e fruirem. A arquitectura sem pessoas é o deserto. O deserto é uma coisa tremenda. A arquitectura também é o espaço que está ocupado e o espaço que está desocupado. Essa relação dinâmica..."

duas palavras de Daciano da Costa que foram usadas na entrada da exposição retrospectiva da Gulbenkian.

 

"Até aí a arquitectura de interiores era mais entendida como decoração. Esquecia-se o que estava à volta. Para ele um projecto de continuidade"

afirma João Paulo Martins, que trabalhou no Atelier de Daciano da Costa e é actualmente professor no curso de Design da Faculdade de Arquitectura da Universidade Lisboa.

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